quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Entrevista com Adilson Higa, campeonato parajiu-jitsu

Após fazer história no Campeonato Brasileiro de Parajiu-Jitsu, árbitro celebra: 'Veio para ficar'



Adilson Higa também é atleta e professor de Jiu-Jitsu,
e fez história no último dia 10 (Foto divulgação)

No último dia 10, Adilson Higa Dorval, faixa-preta 3º grau e professor de Jiu-Jitsu, fez história no esporte ao se tornar o primeiro deficiente amputado de membro superior a arbitrar um torneio oficial de uma confederação com as regras do Jiu-Jitsu. Este Fato histórico aconteceu no terceiro Campeonato Brasileiro de Parajiu-Jitsu, realizado em Santo André, no estado de São Paulo, e organizado pela CBPJJ. Em entrevista à TATAME, o experiente árbitro comentou o seu feito.

"A experiência de arbitrar um campeonato de nível internacional foi legal por se tratar de Parajiu-Jitsu. Mas aqui em Mato Grosso do Sul, eu já arbitrei vários campeonatos. Há alguns anos, desde 2012, eu venho arbitrando competições e criando uma sistemática gestual para poder ficar claro para o mesário e lá no Campeonato Brasileiro de Parajiu-Jitsu eu acabei aplicando e foi incorporado pela Federação", comentou.

Ainda em contato à TATAME, o professor e árbitro explicou a importância da modalidade, como o Parajiu-Jitsu pode ajudar na vida das pessoas e que não existe obstáculo nenhum para quem almeja se iniciar no esporte, independente das necessidades especiais.

Confira a entrevista completa:


- O papel do Parajiu-Jitsu

O Parajiu-Jitsu surgiu da necessidade de integrar e socializar o portador de deficiências especiais. Quando eu sofri o acidente há sete anos, não existia essa opção de esporte. Eu tive que fazer uma adaptação para as competições 'normais' que eu participo até hoje, como da CBJJ, IBJJF. Então, o Parajiu-Jitsu, apesar de ser uma tendência nova, por ter só três anos, é uma vertente do Jiu-Jitsu que veio para ficar e hoje vem cumprindo o seu papel, que é a integração e socialização dos portadores de necessidades com o esporte como um todo.

- Surgimento do Parajiu-Jitsu

O Parajiu-Jitsu surgiu em 2014, pela necessidade de se ter uma competição com regras específicas, para vários tipos de portadores com necessidade. Não tinha antes uma classificação funcional, que hoje para os campeonatos da federação são adotados, para adotar uma maneira justa. Para o meu caso, amputados de membros superiores, tem membros inferiores, cadeirantes, entre outros. Ao todo são 14 divisão de deficientes, peso e faixa. O Parajiu-Jitsu se fundamenta neste parâmetro e caminha cada vez mais estruturado.


Adilson fazendo história ao arbitrar lutas no Campeonato Brasileiro de Parajiu-Jitsu (Foto CBPJJ)


- Mensagem para os praticantes

A mensagem que eu deixo para o pessoal que coloca obstáculo é que o Jiu-Jitsu é um esporte que realmente salva. Não só pela saúde e disposição que te dá, quanto pelos amigos, experiência que te proporcionam né. O obstáculo está na cabeça das pessoas, pois se elas querem ter amigos, ser feliz, ter experiências e viajar, o Jiu-Jitsu proporciona tudo isso e muito mais. Então, se não fosse o Jiu-Jitsu eu nem saberia o que estaria fazendo hoje. Desde o meu acidente em 2009, eu venho me dedicando em tempo integral ao Jiu-Jitsu, com academias aqui em Campo Grande, interior e até no Paraguai. O Jiu-Jitsu me deu tudo e vem me proporcionando experiências que eu vou levar para o resto da vida. Então, o limite está em sua cabeça.

- Parajiu-Jitsu na Paralimpíada

Existe um forte trabalho nos bastidores para que o Parajiu-Jitsu seja incluindo na Paralimpíada. Com a Confederação, a Federação paulista, a daqui do Mato Grosso do Sul também, e outras. Então, existe um trabalho para que o Parajiu-Jitsu seja reconhecido e incluído nos jogos Paralímpicos. Agora vamos aguardar.

Fonte: TATAME

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