Preguiça e Xande se enfrentaram na final do Grand Slam do Rio. Foto: Carlos Arthur Jr.
O Brazil National Pro de Jiu-Jitsu, maior torneio nacional da
modalidade, desembarcará, pela primeira vez, em Manaus, nos dias 11 e 12
de fevereiro de 2017. O evento, que é promovido pela Federação
Brasileira de Jiu-Jitsu (FBJJ), em parceria com a Federação de Jiu-Jitsu
dos Emirados Árabes Unidos (UAEJJF) e a Secretaria de Juventude,
Esporte e Lazer do Estado do Amazonas (Sejel), será realizado na Arena
Amadeu Teixeira, com a expectativa de receber mais de 2 mil
competidores.
Os vencedores do Brazil National Pro também serão contemplados com
pacotes para a disputa do Abu Dhabi World Pro, nos Emirados Árabes, em
abril de 2017. A competição é uma das mais importantes do mundo e reúne
os principais nomes do Jiu-Jitsu da atualidade, tendo transmissão ao
vivo do Combate.
“Não tenho dúvidas que será uma das maiores edições que já realizamos
no Brasil. Manaus é uma cidade que respira Jiu-Jitsu, grandes faixas
pretas como Ronaldo Jacaré e Saulo Ribeiro saíram de lá. É uma terra que
sempre apoiou o esporte e os atletas da modalidade, por isso temos a
convicção que será um grande sucesso”, declara o presidente da
Federação, Walter Mattos.
Para o titular da Sejel, Fabricio Lima, Manaus vai surpreender ao ser
sede do Brasil National Pro e o evento ainda vai contribuir com o
turismo esportivo da Capital.
“É a primeira vez que vamos receber esta etapa tão importante e
agradeço pela confiança e oportunidade. O Amazonas é um celeiro de bons
lutadores e eles merecem esta oportunidade dentro de casa. Tenho certeza
que todos os atletas de fora vão gostar muito da receptividade do nosso
povo, da nossa cultura e dos nossos pontos turísticos. Até porque,
encaro a competição não só como algo importante para o esporte, mas
também como uma chance de colaborar com a nossa economia, uma vez que
vamos movimentar hotéis, restaurantes, lojas, entre outros”, destacou.
O ex-campeão mundial de MMA Rodrigo Minotauro, que recententemente
foi oficializado como vice-presidente da FBJJ, elogiou a escolha de
Manaus como sede do evento.
“Foi uma ótima escolha, já estive em Manaus diversas vezes e pude ver
o amor e o comprometimento do povo com as artes marciais, especialmente
o Jiu-Jitsu. É uma terra de guerreiros e não tenho dúvidas que será um
sucesso. Estarei lá para acompanhar de perto e privilegiar esse grande
acontecimento”, afirma.
As inscrições para o Brazil National Pro já podem ser feitas através
do site da UAEJJF (www.uaejjf.org) e no www.soucompetidor.com.br.
(Fonte: Assessoria de imprensa)
Muitos lutadores acreditam que para desenvolver uma tática de luta mais
agressiva é preciso mudar todo o estilo de luta no jiu-jitsu. Não é
necessário mudar todo o seu estilo, mas sim fazer adaptações em alguns
detalhes para desenvolver um jogo mais agressivo e focar na finalização.
Você precisa manter esse jogo porque na hora da pressão vai ser o seu
estilo que vai te deixar mais confortável no momento da luta (seja você
passador ou guardeiro).
DICA 2: PREPARAÇÃO FÍSICA É UM DIFERENCIAL NO JIU-JITSU
Pontuar também é importante hoje em dia, mas você precisa estar com sua
preparação física e gás em dia, porque em um campeonato de jiu-jitsu
você tem que fazer em média de 3 a 5 lutas para ser campeão. Por isso é
de extremamente importante você estar bem preparado(a) para aguentar 5
lutas de 6 minutos (o tempo varia de acordo com sua graduação) cada só
pontuando.
DICA 3: ARRISQUE MAIS NOS TREINOS DE JIU-JITSU
Bernardo Faria, diz que para você tornar o seu jiu-jitsu mais agressivo e finalizar
mais, você precisa pensar em uma finalização das posições que mais te
favorecerem. Por exemplo: Quando você raspar seu adversário, você
estabiliza a posição por 3 segundos (como se fosse ganhar os 4 pontos da
montada) e já parte para uma finalização (arm-lock ou estrangulamento
por exemplo), isso vai te ajudar a tornar o seu jogo mais agressivo e
voltado para as finalizações.
DICA 4: CONVERSE SEMPRE COM O SEU PROFESSOR (MESTRE)
Ele é o cara que conhece o seu jiu-jitsu como ninguém e saberá te
auxiliar e agregar muito na melhoria contínua do seu jogo e estratégia.
Faixa-preta Fabiano Boi, líder da FF Team, dá uma aula recheada de detalhes para você.
O professor dividiu conosco algumas de suas transições preferidas,
posições estas que o competidor costuma usar em torneios pelo Brasil e
pelo mundo.
Confira abaixo a aula:
Campeão de Jiu-Jitsu, Rodolfo Vieira estreia no MMA em fevereiro no Brasil
Rodolfo dá seu primeiro passo em busca de seu sonho no MMA. Foto: Marcelo Dunlop
Campeão mundial absoluto na faixa-preta e campeão do ADCC, Rodolfo
Veira está com mais um passo definido em sua transição para o MMA. Após
meses de especulação, está confirmada a estreia da fera.
Divulgado em primeira mão pelo Portal do Vale Tudo, e confirmado por
GRACIEMAG com fontes próximas à situação, Rodolfo fará sua estreia no
evento Real Fight MMA, marcado para o dia 11 de fevereiro, no ginásio do
Ibirapuera, em São Paulo.
O adversário, ainda não definido, será divulgado nas próximas
semanas. Ainda no card, teremos nomes como Jorge Patino Macaco e Akihiro
Gono, veterano japonês conhecido por suas entradas extravagantes para
lutar.
Campeão mundial na faixa-preta em 2002 e ex-atleta do UFC,
Delson Pé de Chumbo é um velho conhecido das baias de Jiu-Jitsu. Aos 39
anos de idade, o professor da academia Pitbull, em Teresópolis, nunca
exitou em se testar contra a jovem safra do Jiu-Jitsu, e sua
participação na Copa Podio provou isso.
Em meio a feras como Felipe Preguiça, Victor Honório e Erberth
Santos, Pé de Chumbo entrou com raça, mas acabou não avançando na
competição. Contudo, um lance espetacular marcou sua presença no
torneio. Ao encarar o sedento Preguiça, campeão do torneio em questão,
Delson aplicou uma passagem acrobática para chegar ao lado e quase
finalizar. Os três pontos, porém, não foram suficientes para a vitória.
No vídeo abaixo, o faixa-preta relembra o golpe e mostra os detalhes
para ajustar a pegada e passar a guarda girando por cima com um
movimento plástico. Confira!
Renzo se viu em maus lençóis contra Marcelinho, mas a calma nunca lhe abandonou.
Foto: Gustavo Aragão
O sufoco. A pressão. A falta de ar. Seja um faixa-branca ou um astro
do UFC, você sabe bem do que falamos aqui. Todos nós já estivemos em
situações-limite, um beco escuro e apertado em que você se arrasta numa
direção enquanto sua cabeça implora que você siga para o outro lado.
Desde o primeiro treino, o Jiu-Jitsu nos ensina a buscar a calma
necessária para avaliarmos a melhor saída.
Dar os três tapinhas pode ser uma delas, claro. Mas como ter certeza
disso se quem batucou foi o desesperado que vive em você? A seguir,
diversos campeões da arte suave vão ajudar nessa instigante busca por
respostas.
Rodrigo Minotauro
Ícone da calma, Rodrigo Minotauro foi capaz de manter seu plano
tático mesmo com os 170kg de Bob Sapp caçando-o pelo ringue do Pride, em
2002. O macete: uma confiança inabalável no seu jogo, construída
diariamente nos treinos em que, por exemplo, acostumou-se a fazer 100
repetições de chave de braço. Quando a oportunidade aparecesse na luta,
Minota tinha certeza de que o golpe sairia no automático.
“Outra rotina era discutir com os treinadores cada aspecto do jogo do
adversário e prever como ele poderia me colocar em risco. Com isso tudo
debatido ao extremo, na horado sufoco você fica tranquilo, pois já
visualizou a situação antes”, o peso pesado costuma explicar.
“Para manter a calma, é necessário acreditar na sua estratégia. Essa
confiança é o que impede você de, numa situação terrível, abandonar o
navio e largar o planejamento feito a troco de nada. Aprender a se
tranquilizar ao ouvir a voz do córner também é um macete. Com fé nos
treinadores,você divide a ansiedade”.
Sobre o treino em si, Minota ensina: “Eu procurava fazer um rodízio
de treinamentos, com vários caras descansados. Treinava com um, com
outro e no terceiro treino já estava morto, então tinha de ir na
malandragem. É um bom sistema, a cada rodada você pega um cara fresco”.
É a velha lição de deixar a vaidade de lado na academia, para se
tornar imbatível na luta à vera. “O segredo para manter a calma e
escapar do sufoco, portanto, está nos seus treinos. Se você não toma
pressão nos treinos, certamente numa hora difícil da luta não consegue
virar. Quando passar por uma situação difícil, tem que estar acostumado
com aquilo.”
Renzo Gracie
“O apavoramento é a última instância numa luta”, ensina mestre Renzo
Gracie, referindo-se tanto ao Jiu-Jitsu como ao MMA, mas cá entre nós, a
lição vale para qualquer batalha, qualquer momento de sua vida. O pavor
e o pânico, na visão de Renzo, são fatais. Com sentimentos assim no
comando, as chances de vitória são mínimas. Renzo já esteve no limite em
diversas ocasiões.
No Jiu-Jitsu, no caso sem kimono, assustou-se quando o menino Marcelo
Garcia ganhou suas costas, no ADCC 2003, e ameaçou sufocá-lo. Renzo
assustou-se, sim, mas jamais se apavorou. Respirou fundo, tomou ar, e se
livrou do afogamento pela onda Marcelinho. O que o levou a se livrar
dos ganchos, defender o golpe e nadar em segurança até o fim do combate?
O que o acalmou a ponto de lembrar a técnica que o permitiria sair vivo
dali, ainda que derrotado nos pontos? A crença irredutível num dos
lemas que veio de seu avô Carlos, e hoje também é defendido pelo primo
Roger:
“O segredo de cada luta é a paciência. A pessoa tem que lutar mais
com a mente do que com o corpo”. Certo de que o adversário pode estar
quase derrotando seu corpo, mas sua cabeça é fortaleza impenetrável, o
atleta desenvolve uma dureza mental que permite buscar nos labirintos
das lembranças o jeito certo de defender o golpe.
Augusto Tanquinho
“Para mim, manter a calma significa manter a concentração. Costumo me
concentrar pensando em todo o meu treinamento até o campeonato, em tudo
o que passei no meu dia a dia, tento entrar na área de combate
extremamente focado, colocando em prática o que realmente posso render,
acreditando que nenhum adversário é invencível. O atleta precisa
acreditar no próprio treinamento. Na hora do sufoco numa competição, eu
costumo pensar que já passei por coisa pior durante meus treinos e que
tenho todas as armas necessárias para me livrar da situação de perigo.”
Demian Maia
Marcelo Garcia nas suas costas ou Anderson Silva à sua frente,
fintando golpes e xingando, o que você prefere? Inspire, calma. Este
segundo caso de pressão total foi experimentado por Demian Maia,
derrotado por Anderson via decisão dos jurados, em abril de 2010, no UFC
de Abu Dhabi. Uma luta que rendeu lições. “Ele recorreu até a palavrões
para me desestabilizar, fez coisas que eu nunca tinha visto na vida.
Mas isso não me desconcentrou porque eu sabia que ia ser uma guerra
mental, mais do que física”, contou Demian à época. Durante cinco
rounds, ele jamais renegou sua estratégia nem partiu para o revide.
“Eu jamais podia atacar como um louco. Ele é lutador de
contra-ataque, e provoca para o rival entrar no jogo. Eu sabia disso, e
para me preparar treinei com sparrings que também me provocavam, me
atiçavam nas horas complicadas. No fim das contas, acertei golpes nele e
ganhei confiança, mas deveria ter começado a fazer isso antes. A lição
que ficou é que pensar em vingança ao lutar é um tipo de pensamento que
só tem dois resultados: ou você perde, ou faz algo parecido com o que
vimos em Abu Dhabi. Nunca é uma vitória.”
Rômulo Barral
“O excesso de adrenalina consome totalmente o gás durante a luta.
Existe muita pressão e a ansiedade pode acabar com qualquer lutador”,
resume o tricampeão mundial de Jiu-Jitsu e ex-lutador do UFC Frédson
Paixão.
Isso quer dizer que o pensamento pode desencadear uma série de
fatores negativos. Podem atrapalhar as noites de sono antes dos
desafios, diminuir drasticamente o gás durante a disputa, deixar o
lutador apático, sujeito a se expor, e, por fim, aumentar o desespero na
hora do aperto. Por outro lado, a força da mente pode ter efeitos
benéficos. Por exemplo, deixar o atleta mais preparado para todos os
momentos, pronto para achar a saída e escapar com rapidez e inteligência
das armadilhas que aparecerem.
O macete é ensinado por um companheiro de Frédson, Rominho Barral:
“Antes e depois da luta, procuro manter pensamentos positivos em todas
as situações. A mente trabalha junto com o corpo no Jiu-Jitsu. Pode
estar bem condicionado, forte, mas se a cabeça não estiver bem o corpo
não acompanha. Então treine a mente e o corpo acompanhará”, comenta
Barral. O faixa-preta explica a técnica que usa para deixar a mente
preparada para os grandes desafios: “Tento visualizar o que farei, o
ritmo que vou imprimir, o rosto do oponente, os momentos antes e durante
a luta e, claro, meu braço sendo erguido no final. Procuro pensar
sempre no que eu vou fazer, não tanto no que o meu adversário fará.
Pensamentos negativos não podem passar na cabeça do atleta, pois
atrapalham. Visualizar e mentalizar a luta é muito importante”.
Tática parecida é utilizada pela revelação do Jiu-Jitsu Marcus
Bochecha: “Mentalizo tudo o que passei todos os dias para estar ali,
tudo o que foi feito para eu ter chegado aonde cheguei. Penso em todo
meu treinamento e ponho na
cabeça que estou preparado para aquele momento”. Repare que tais
exercícios servem para diversas situações da vida, portanto comece a
praticá-los hoje.
Álvaro Romano
“Me ajuda muito um método de respiração que aprendi com os
professores Álvaro e Raphael Romano”, receita a professora da Gracie
Humaitá Letícia Ribeiro. “São movimentos da ioga adaptados ao Jiu-Jitsu
pela Ginástica Natural. É muito bom, sempre uso antes das lutas e depois
dos treinos”. Depois da dica de Letícia, só nos restou ir à fonte,
nosso colunista Alvinho Romano.
“A respiração para manter a calma é a respiração abdominal ou
diafragmática. O importante é tentar respirar pelo abdome da seguinte
forma: quando inspirar, dilatar o abdome e, quando expirar, contrair
suavemente”, explicou Romano. Imagine uma garrafa, quando a enchemos de
água. A garrafa fica cheia da parte de baixo para cima e, na hora de
esvaziar, de cima para baixo. Com o oxigênio, funciona da mesma maneira.
Primeiro enchemos a parte do diafragma de ar e por último estufamos o
peito, para soltar o oxigênio o movimento é exatamente o contrário.
“Porém, esta respiração não é a ideal momentos antes de uma luta,
pois ela relaxa muito e diminui o tempo de reação. Esta respiração é boa
para o dia anterior, quando o atleta está ansioso, às vezes com
dificuldade de dormir”, ressalta Álvaro. “Nos momentos antes de uma luta
o ideal é a respiração abdominal de forma acelerada, para
hiperventilar”, completa o especialista. “Já durante a luta, quando o
atleta está se sentindo cansado, às vezes após um momento de pressão, o
ideal é soltar o ar pela boca. Assim, você ajuda a diminuir a quantidade
de ácido lático que é responsável pela fadiga. Esta é uma técnica que
utilizo muito com os atletas que treino”
Frédson Paixão
Existem algumas formas de programar sua reação para os piores
momentos. Já falamos da repetição de movimentos, sejam os de ataque ou
de defesa. Mas, para complementar, nada melhor que os chamados treinos
específicos. Como disse Roger Gracie, tricampeão mundial absoluto, é
necessário sair da zona de conforto e se colocar em perigo, mesmo que
isso custe ser derrotado num treino. É como treina Frédson Paixão.
“Comece o rola com o cara nas suas costas, já com o estrangulamento
encaixado. É preciso simular situações que podem acontecer na luta. Se
você mantiver a calma no treinamento, na competição isso passa a ser
algo normal, não te pega de surpresa e diminui o desespero. A sua mente
já está treinada para esse tipo de situação”, resume o faixa-preta de
Osvaldo Alves.
Alguns treinamentos desse tipo são bem conhecidos. Deixe, por
exemplo, o companheiro de treinos trabalhar na sua meia-guarda entre um a
dois minutos. Se ele passar a guarda ou finalizar, volte para a posição
inicial. Se você repuser a guarda, raspar ou finalizar, também volte.
Repita esse esquema com o companheiro imobilizando de diversas
formas, no cem-quilos, nas costas, na montada e em outras situações de
risco. Michael Langhi dá um incrementada nesse tipo de treino
específico: “Com o tempo, procure mentalizar que você já começou o
treino atrás no placar. Então, além de sair do sufoco, a missão será
reverter o placar. Defesa é tão importante quanto o ataque. Dessa forma,
o atleta fica pronto psicologicamente para reverter placares adversos.”
Rafael Mendes
“Acredito que só conseguimos ficar calmos se estivermos treinados.
Treino é sempre a base de tudo. Pratico muito situações específicas, com
o parceiro começando em posições favoráveis a ele, como ataque pelas
costas, cem-quilos, montada… Assim posso estudar as defesas e manter a
calma para não dar oportunidades para o adversário alcançar as
finalizações. O maior erro que um lutador de Jiu-Jitsu pode cometer é
perder a calma e tentar sair de uma posição na marra, de qualquer jeito,
no desespero. Se você fizer isso, provavelmente vai ser finalizado. O
melhor é manter a concentração e trabalhar a defesa. Para isso é
necessário confiança, e confiança nada mais é que a certeza de que
estamos preparados para vencer.”
Michael Langhi
O afogado que se debate, aprendemos no Jiu-Jitsu, só vai mais rápido
para o fundo. Helio Gracie sempre disse: “Eu não venço nenhuma luta.
Meus adversários é que fazem força, cansam e perdem”.
Carlos Gracie pedia a seus alunos que procurassem treinar de boca
fechada, para aumentar a capacidade pulmonar, ganhar fôlego e com isso
deixar o cérebro oxigenado trabalhar melhor. A boca fechada, com o
semblante sereno, prestava-se a um outro fator: minar o oponente
psicologicamente.
Sim, como no pôquer, no Jiu-Jitsu você também precisa “enganar” o
oponente o tempo todo, não demonstrar os sentimentos. Mesmo que, para
isso, seja necessário encenar,como fez Michael Langhi. No Mundial 2010, o
bicampeão mundial impressionou a todos quando tirou o kimono após a
final, exibindo uma incômoda tala no ombro. “Todo mundo cansa ou sente
alguma aflição ou dor. Eu já estive cansado ou lesionado em várias
lutas. A fisionomia calma frustra o seu adversário. Ele ataca, ataca e,
quando olha, você está tranquilo, sem aparentar desespero. É preciso
ensaiar isso nos treinos”, declara Langhi.
O também levinho Frédson Paixão chama a atenção para outro artifício
da encenação. “Muitos tentam enganar o adversário interpretando que
estão bem. Mas também há os que estão em boas condições, mas fingem que
estão mal, no bagaço. De repente, dão o bote com tudo e viram o jogo.
Usam desse meio para enganar e é preciso prestar bastante atenção para
perceber se é verdade”. Frédson tem um antídoto que costuma dar certo:
“Quando olho no olho do adversário, já sinto se ele está angustiado ou
nervoso, se é verdade ou puro teatro.”
Presidente da FBJJ cita 'bonde dos árabes' para Jiu-Jitsu virar Olímpico: 'Caminhando muito forte'
No último dia 12 de novembro, o Rio de Janeiro foi palco de
mais uma edição do Abu Dhabi Grand Slam da UAEJJF. O evento bateu todos
os recordes e teve mais de dois mil lutadores inscritos para dois dias
de competições - sendo que em 2015, o número foi de cerca de mil
atletas. Além disso, o evento teve uma grande repercussão na mídia -
nacional e internacional - e chamou ainda mais atenção para o Jiu-Jitsu
olímpico, como contou Walter Mattos, presidente da Federação Brasileira
de Jiu-Jitsu (FBJJ), que citou o "bonde dos árabes".
Walter Mattos espera um 2017 ainda melhor para o Jiu-Jitsu, UAEJJF e FBJJ (Foto divulgação)
"A repercussão do Grand Slam foi fantástica. Foi um dos melhores
eventos da temporada e só está indo para cima. Quanto ao 'bonde dos
árabes', o caminho de investir na construção do esporte olímpico é
total. Essa é a meta da organização, que o esporte se torne olímpico, e
estamos caminhando muito forte no lado político e financeiro para isso
acontecer em um futuro não muito distante", comentou o mandatário
Walter.
Ao fazer o balanço do ano, Walter Mattos celebrou as marcas atingidas
e o sucesso ainda maior da UAEJJF e da FBJJ em relação ao Jiu-Jitsu.
Para 2017, o presidente acredita que será ainda melhor para o esporte.
"O nosso saldo de 2016 é fantástico. A organização fez 106 eventos
pelo mundo e, aqui no Brasil, foram vinte e alguma coisa... E ano que
vem vamos para cima de novo e fazer acontecer. Estamos aqui em Manaus
fechando o National para fevereiro de 2016. Será um grande evento, tão
grande como o Grand Slam do Rio".
Fonte: www.tatame.com.br