quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Royce se diz incomodado com sistema de pontos no Jiu-Jitsu: 'Arte marcial virou esporte'

A prática do Jiu-Jitsu vem crescendo cada vez mais. Muitos iniciam na arte suave em busca de uma forma de defesa pessoal, um atividade física, ou um meio de aliviar os estresses do dia a dia. Com a nova geração de praticantes, e até mesmo de professores, novos métodos são empregados, o que causa um certo descontentamento de atletas que fizeram parte da história do esporte.
Um deles foi Royce Gracie. Em recente entrevista ao programa Submission Radio, o filho de Hélio Gracie, que fez história no Jiu-Jitsu e também no UFC, mostrou reprovação ao comentar sobre os professores que preparam seus alunos para competir de acordo com o sistema de pontos em um campeonato.
“Por exemplo, em uma escola de Jiu-Jitsu, a pessoa não entra nela pensando: 'Bem, eu quero aprender BJJ para que eu possa competir no ADCC. Ou eu vou descobrir e aprender Jiu-Jitsu para que eu possa competir no Metamoris ou no Pan-Americano'. Isso não existe. A pessoa vem porque ela ouviu que é algum tipo de estilo de auto-defesa, que me viu lutando e percebem que: 'Cara, o Royce lutou contra grandes caras e ele foi capaz de derrotá-los e de se defender. Quero aprender algo parecido'. Mas, em seguida, o instrutor irá guiá-los em um sistema de pontos e ensiná-lo a marcar pontos, e como competir em torneios. Me incomoda que as artes marciais em geral não estejam se tornando artes marciais, mas esportes marciais”, declarou Royce Gracie, que ainda utilizou o Taekwondo para comparar em relação às competições.

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Royce Gracie criticou o sistema de pontuação em competições (Foto Eduardo Ferreira)
“O que está arruinando as artes marciais hoje em dia são os torneios. Torneios como os de sistema de ponto. Como o Taekwondo, por exemplo. O Taekwondo não foi criado para marcar pontos. Foi construído para bater e derrubar a pessoa. Mas, nos torneios atuais, eles não têm sequer atingido os adversários. Se eles chegarem perto o suficiente, marcam o ponto. Estão ensinando aos lutadores como não bater em alguém. É como se as pessoas quisessem competir. Não. As pessoas querem praticar artes marciais. Eles não praticam a arte marcial porque eles estão interessados em competir. Eles olham para as artes marciais porque querem aprender algum tipo de auto-defesa”, finalizou.

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